"A casa é fisionomia da cultura” (Gilberto Freyre).
Os chalés são construções que exemplificam bem as fronteiras entre o popular e o erudito, pois representa na cidade de Pesqueira uma reinterpretação de um estilo europeu trazido pela elite econômica ou pelos imigrantes, e que posteriormente acabou assimilado e popularizado praticamente em vários pontos da cidade com o intuito de adotar características de residências rurais, construídas parcialmente em madeira, de algumas regiões européias, numa leitura claramente romântica.
O seu telhado em duas águas dispostas no sentido contrário ao da tradição colonial, com as empenas voltadas para a rua, já indicava a necessidade do afastamento do prédio em relação aos limites do lote, transformando a repetitiva paisagem luso-brasileira.
O seu telhado em duas águas dispostas no sentido contrário ao da tradição colonial, com as empenas voltadas para a rua, já indicava a necessidade do afastamento do prédio em relação aos limites do lote, transformando a repetitiva paisagem luso-brasileira.
De madeira ou de alvenaria, algumas vezes com lambrequim (do Holandês: lamperkijm), Beiral, Friso e outros elementos que em sua poética instigavam o observador a bucolizar um estilo de viver "fugere urbem" evocando a uma tranqüilidade dos campos às modernas técnicas construtivas. Evidentemente, essas construções só puderam ser desenvolvidas apenas em regiões abundantes em madeiras o que ocasionou em Pesqueira apenas a utilização destas apenas nos telhados em duas águas e a adaptação a outros materiais mais viáveis.
Excelente matéria!
ResponderExcluirO chalé da segunda foto, que pertenceu a dona Anélia, também tinha lambrequim, lembro bem que anos atrás ainda havia alguns vestígios. O tempo não perdoa.
ResponderExcluirwww.pesqueirahistorica.com