Caiporismo
Entendidas como parte do folclore, as lendas sobre a caipora constituem uma tradição oral difundida em quase todo o Brasil estabelecendo um elo entre a tradição indígena e a capacidade do povo de renovar e recriar novas personificações desse ser fantástico.
Historicamente, o nome Caipora descende do Tronco Linguístico Tupi-Guarani “kaa-pora” ,
que significa habitante do mato. Nos relatos do Padre Anchieta em 1560 já se reconhecia em nossas terras
“certos demônios (...) que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e
ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras,
penas, esteiras e cobertores. Para grande parte dos indígenas caipora era uma divindade sagrada que possuía
como função social a salvaguarda das matas, e tudo que existia nela.
Logo em diante, com o contato com outras civilizações
não-indígenas, este Elemental foi se popularizando e ganhando novas
personificações e interpretações segundo a moral e a ordem de onde se difundia,
passando muitas vezes a ser reconhecida como uma criatura maligna que trazia
azar. Segundo o folclorista Luís
Câmara Cascudo, o termo passou a ser pejorativamente entendido como “o
mesmo que ter azar, ter sorte madrasta, ser perseguido pelo destino”.
Uma das personificações bastante conhecida até os dias de hoje
surgiu no final da década de 50, em uma troça de rua, durante as
festividades do carnaval de Pesqueira por um grupo de amigos que renovaram
o modo de brincar o carnaval.(figura 1)
Porem, a origem dessa caipora moderna, muito provavelmente, descende do mito indígena Xukuru do Ororubá pelo qual a caipora é vista como um espetro de almas penadas transfiguradas sob a forma de duas tochas de fogo que assombram a noite os moradores. Essas aparições ilusórias foram se difundindo serra abaixo e a imagem incorpórea foi fazendo parte do folclore local até que ganhou a identidade de Pesqueirense.
Porem, a origem dessa caipora moderna, muito provavelmente, descende do mito indígena Xukuru do Ororubá pelo qual a caipora é vista como um espetro de almas penadas transfiguradas sob a forma de duas tochas de fogo que assombram a noite os moradores. Essas aparições ilusórias foram se difundindo serra abaixo e a imagem incorpórea foi fazendo parte do folclore local até que ganhou a identidade de Pesqueirense.
figura 1.
personificação da caipora pesqueirense
Mais precisamente no ano de 1962, João
Justino ressurgiu a irreverente troça carnavalesca “Os
Caiporas” com uma nova cara bem mais moderna vestida de
calça, paletó, gravata, camisa de manga comprida e uma máscara com
a pintura de um rosto traçado de modo bem extravagante feita com um saco de
estopa que cobre da cabeça a cintura. "Antigamente o intuito era
assustar as crianças. Mas hoje só os cachorros têm medo quando nos veem
vestidos assim", segundo João Justino, vulgo Gilete.
Desde então, sobretudo na década de 80, os caiporas passaram
principalmente a ser a representação iconográfica de maior espetacularização
dentre todas as agremiações do carnaval de Pesqueira constituindo um patrimônio
imaterial. E o que era a principio lendário, sobrenatural, assombroso e
azarento passou a ser personificada na maior festa popular de Pesqueira como um
ícone vivo mesclado de elementos da identidade cultural pesqueirense e que vem
atraindo o interesse da mídia para divulgá-la para todo o Brasil.
figura 2.
indumentaria típica da caipora composta por calça, paletó, gravata e camisa
de manga comprida.
foto
3. mascaras com a pintura de um rosto traçado de modo bem grotesco feita
com um saco de estopa.
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